O UNICEF atua no Brasil para fortalecer o direito de cada menina e cada menino de estar na escola, aprendendo. E, mais do que nunca, reconhece que o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes requer o acesso à conectividade e a uma educação integral que considere e integre as novas tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs). No caso de comunidades indígenas existe um gargalo tanto na oferta de escolas, programas educacionais e materiais didáticos adequados em território indígena, quanto acesso à conectividade e TDICs adequadas. Dados do ministério da educação apontam para um total de 2.539 escolas indígenas sem internet no Brasil (74%). A proporção de escolas indígenas sem internet aumenta ao considerarmos todo território amazônico, seriam 2.369 (85%). A região também tem a menor média de velocidade de internet nas escolas do Brasil (média de 22.47 Mbps). Esses dados mostram como a oferta logística de internet é um obstáculo que se impõe por si só, contudo ele não é o único desafio, visto que as redes ainda não tem uma metodologia, currículos e profissionais adaptados para trabalhar com TDICs, mesmo se a oferta de internet e maquinário for sanada. Uma das estratégias do UNICEF e seus parceiros é o fomento de projetos pedagógicos, em diferentes contextos brasileiros, para experimentação, documentação e disseminação de práticas de educação de qualidade baseadas no uso das tecnologias digitais da informação e comunicação. São iniciativas construídas coletivamente por secretarias municipais e estaduais de educação, gestores(as) escolares, professores(as) e estudantes, com resultados inspiradores para novas práticas e políticas públicas. Os projetos pedagógicos já alcançaram mais de 50 escolas, de diferentes regiões e contextos, gerando aprendizados que são compartilhados com governos, organizações sociais e com a sociedade em geral. Os projetos articulam dois eixos: 1) melhoria da conexão das escolas e/ou incremento de equipamentos tecnológicos; e 2) apoio às equipes escolares para pensar de forma integrada a inserção desses recursos em propostas pedagógicas alinhadas à concepção de educação integral. Maués é o município com a maior parte da tradicional Terra Indígena Andirá-Marau, que abriga majoritariamente comunidades da etnia Sateré Mawé, mas também comunidades do povo Munduruku.